21 de out. de 2011

O PLANO SALVÍFICO DE D-US NA HISTÓRIA


INTRODUÇÃO
D-us é soberano e por ter sido Ele quem criou todo o Universo e o ser humano, tem todo o direito de fazer o que Ele quiser. Por causa do Seu grande amor e caráter justo, o plano de D-us para a humanidade é o melhor: salvá-lo e resgatá-lo para Si mesmo, para que ele Lhe dê a honra e a glória, pois para isso foi criado (Ef. 2:1-10).
Podemos ver no decorrer de toda a história da humanidade, o agir de D-us, pondo em prática Seu plano de redenção e comunhão com o homem através da escolha de um homem e de sua semente, fazendo dele um povo santo, para levar a salvação a todos os outros povos da terra.
Ao falhar este povo, na sua missão, o Soberano D-us não desiste de Seu povo e age através de novas estratégias sempre usando o próprio homem para atingir o Seu alvo.
Tudo isto será exposto neste trabalho, com base bíblica, na forma do projeto universal de D-us ou plano salvífico de D-us na História. Isto é, o projeto de D-us para salvar toda humanidade, nas diversas épocas da sua história. Mas, antes, vamos conhecer um pouco do caráter e da natureza deste D-us Salvador.
A NATUREZA DE D-US
D-us é o Criador do Universo (Gn. 1: 1; Ap. 4: 11) e Ele reina soberanamente sobre todas as coisas, no universo físico e espiritual. Ele é Todo-Poderoso, isto é, Onipotente. Por Ele ser o Criador, Ele tem o direito sobre a Sua criação, bem como formular o plano que quiser para ela, para o fim que Lhe aprouver. De acordo com a Palavra de D-us, a terra que habitamos não é nossa, mas pertence ao Senhor (Sl. 95).
Missões mundiais está baseada na Criação e na Soberania de D-us, pois, ao comissionar os Seus discípulos, Yeshua disse: "Toda autoridade me foi dada nos céus e na terra, portanto, ide..." (Mt. 28: 18,19a). Fazer missões é corrigir os valores pré-estabelecidos por D-us (Gn. 3: 15), que foram deturpados: é reconquistar a terra que já é dEle.
D-us é sábio e Onisciente, por isso podemos confiar nEle. Podemos confiar que Ele sabe o que está fazendo e faz com perfeição e justiça e alcançará o Seu objetivo com certeza. A eternidade de D-us implica em que Ele já existia antes da fundação do mundo e isto nos dá a certeza de que Ele é sábio e capaz o bastante para fazer todas as coisas. Ele é superior à Sua criação em inteligência. Por causa disto podemos confiar nEle de que o Seu plano para a Sua criação é o melhor para ela em todos os aspectos. Ele é um D-us justo e faz tudo com perfeição e isto será visto no final, quando da concretização do Seu plano.
D-us é Espírito, Onipresente e transcendental - isto significa que Ele, na Sua essência espiritual (Jo. 4: 24), é separado de Sua criação - Ele não é a Sua criação, mas está acima dela (Jr. 23: 23,24). Ele pode formular um plano universal / global e tudo está sob o Seu controle, nem mesmo Satanás foge ao Seu controle. Este plano universal envolve toda a terra, todas as nações, todos os homens, todos os anjos - é um plano missiológico (Gn. 12: 1-2; Sl. 67; Mt. 28: 18-20; Ap. 5: 9,10; 21: 24-27; Rm. 8: 18-23).
D-us deseja ter comunhão com o homem. Sendo o D-us Filho, uma expressão do D-us Pai, D-us fez a mulher como extensão de Adão - cumprindo o padrão divino de fazer múltiplas pessoas de uma só carne (Gn. 2: 21-24). O D-us pessoal que sabe se relacionar e governar, deseja compartilhar os aspectos de Sua natureza e caráter com o homem. Por isso, Ele desenvolveu um relacionamento com o ser humano a tal ponto que Ele compartilha as suas altas qualidades de existência fazendo o homem e a mulher à Sua imagem: racional, comunicativo, espiritual, com capacidade para governar, etc. D-us dividiu a Sua responsabilidade envolvendo o ser humano no Seu projeto de criar e governar o universo.
O CARÁTER DE D-US
D-us é santo e justo - é um ser moral (Gn. 1: 4,10,12,18,21,25,31; 2: 16-18; 3: 14-19). Ele faz aquilo que é bom para o universo, não por causa do Seu poder, mas por causa do Seu caráter. A árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn. 2: 16,17) era para destacar a divisão do que é bom e do que é mal - uma diferença moral do universo. Apesar do pecado do ser humano, há a promessa, da parte de D-us, de que haverá uma vitória de justiça contra Satanás, através de um descendente justo da mulher (Gn. 3: 15).
D-us é bom e misericordioso. Ele deu liberdade de escolha para o homem, para ele escolher entre o bem e mal (Gn. 2: 16,17). Por ser bom, Ele providenciou tudo o que o homem necessitava para sua subsistência: árvores frutíferas, tarefas e uma "ajudadora idônea" (Gn. 1: 28; 2: 8-25). Depois da queda, Ele continuou mostrando a Sua bondade, com a promessa de um libertador (Gn. 3: 8-15), também providenciou roupas para eles, de graça - eles não pagaram por elas (Gn. 3: 21; Is. 53: 5-7; I Co. 5: 7) - era um símbolo da obra expiatória de Yeshua, o Cordeiro. A bondade de D-us também é vista quando Ele expulsou Adão e Eva do jardim do Éden, evitando que eles comessem da árvore da vida e vivessem eternamente no estado de morte física e espiritual (Gn. 3: 22-24).
D-us é organizado e possui um plano progressivo, o qual está sendo cumprido - do início (Gn. 1), na obra da criação (1º dia, 2º dia, etc.), nos pactos da Torah (Gn. 3: 15; 12: 1-5, etc.), e Brit Chadasha, até o fim ("O dia do Senhor" - Jl. 2; II Pe. 3: 10-13).
A NATUREZA E O CARÁTER DO SER HUMANO
O ser humano é uma unidade em uma diversidade. Eva já era pré-existente em Adão (Gn. 2: 22,23) - "uma só carne" ® duas pessoas: homem e mulher. Assim como D-us ® Pai, Filho, Espírito Santo - possuindo a mesma essência eterna. D-us elaborou um processo onde se une toda a humanidade (nações) em harmonia perfeita (Ap. 21: 3,4,26,27). A natureza do homem tem a mesma característica da natureza de D-us: a unidade e a diversidade. Isto faz parte do plano de D-us.
O ser humano é dependente de D-us. Ele é senhor sobre o restante da criação e vice-governador junto com D-us. O homem encontra a sua própria dignidade sendo submisso a D-us. Um dos pecados fundamentais do homem é o seu inconformismo de ser criatura e o desejo de ser igual a D-us. Ele fez o ser humano à Sua imagem e semelhança (Gn. 1: 27,28), dando a ele capacidade para se multiplicar, domínio sobre todos os animais e o fez produtivo, ativo, dando tarefas a ele (Gn. 2: 15).
D-us quis compartilhar da Sua natureza e do Seu caráter com o homem, fazendo-o um ser moral. O homem também tem a capacidade de fazer isto através dos seus descendentes: eles serão à imagem e semelhança dos seus pais, ao serem treinados, ensinados a expressarem seus talentos e dons.
ADÃO E EVA - PACTO EDÊNICO
Depois de haver comido da árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem começou o processo de morte física (Gn. 2: 17; 3: 17-19) e foi expulso do jardim do Éden. Como resultado da queda, o ser humano caminha para a desintegração e desordem. O seu pecado não só causou a separação dele com D-us, mas também afetou todos os outros relacionamentos, incluindo a sua descendência, e a própria terra ficou amaldiçoada. O homem fracassou na realização do seu primeiro mandato, o Mandato Cultural - isto é, de administrar a terra. Por causa do pecado ele também não pode aperfeiçoar a sociedade humana. Portanto, o homem está sob julgamento: morte física e espiritual.
O homem natural está vivendo na morte (Gn. 2: 16,17) mas passará da morte para a vida (Jo. 5: 24) ao crer em Yeshua (vivíamos na morte - separados de D-us, fora da dimensão espiritual - Ef. 2: 11-16). Agora somos templo de D-us (Ef. 2: 22).
D-us ainda é Soberano e está com o controle de tudo: nem o homem, nem Satanás e seus demônios, nem o pecado pode mudar o propósito de D-us para a Sua criação - a redenção. O homem está sob a misericórdia de D-us. D-us criou uma barreira entre as duas descendências: a da mulher e a da serpente (Gn. 3: 15). Ele fez isto por misericórdia, mostrando que estava cuidando da mulher, responsabilizando-Se pela proteção dela. Isto queria dizer que os "descendentes" de Satanás estariam separados dos filhos de D-us (linhagem de Yeshua - Seus irmãos espirituais). O joio e o trigo serão separados (Mt. 13: 24-30), os cabritos das ovelhas (Mt. 25:31-34). A descendência da mulher (Yeshua) dará o golpe fatal em Satanás. D-us não irá permitir que alguém mau entre na eternidade com Ele (Ap. 21: 24-27), ao contrário do Gran Éden, quando o pecado entrou lá.
Nós, como enviados do Mestre, devemos nos juntar com o bem na luta contra o mal - somos como cirurgiões, policiais - ao tirar fora o mal. Devemos fazer conhecida a promessa de D-us para a renovação da Sua criação e o resgate dos Seus povos (II Co. 5: 17; Rm. 8: 18-21). O desejo de D-us é restabelecer o Seu relacionamento com toda a humanidade (II Pe. 3: 9), para restaurar a ordem original. A idéia de redenção está presente, já nos relatos da criação. O mundo que D-us disse que era "bom", depois da queda ainda aguarda a sua redenção (Rm. 8: 24), quando passará a ser novos céus e nova terra. O propósito de D-us não se cumprirá antes de atingir as extremidades da terra. A vitória não é algo que nós alcançamos, mas que Yeshua conquistou por nós. O Tanach encara a criação do ponto de vista da redenção (Sl. 74, 89, 93, 95, 135, 136; Is. 44: 24; Am. 4: 12; 5: 8ss; Ml. 2: 10). É o início de um grande projeto escatológico: o Reino de D-us, preparando o caminho para a identificação da fonte desta redenção, que só o Brit Chadasha revela: Yeshua Ha Mashiach, O Logos de D-us, o Salvador da humanidade (I Jo. 2: 2).
NOÉ - PACTO NOAICO
O relato da história de Noé se encontra em Gn. 6-10. Este relato mostra D-us agindo sobre a terra, intervindo para que a maldade humana não crescesse mais, para dar à própria humanidade mais chance. A família de Noé é a família de fé, pois eles entraram na arca antes de começar a chover (Mt. 24: 37-39). D-us preservou a família de fé - o objetivo de D-us sempre é resgatar, salvar, não destruir. O que D-us fez com Noé, é um exemplo do que Ele vai fazer com o universo: salvar. D-us tem o projeto de completar o Seu trabalho com o homem: Ele criou a terra para o homem e Ele levará o homem, mas o retornará (Rm. 8: 18-23). D-us "levou" Noé para cima na ocasião de juízo (dilúvio), mas o "trouxe" de volta à terra; assim Ele fará conosco (II Pe. 3: 8-13): D-us vai purificar a terra com fogo, consumir a maldade como o ferro é fundido e purificado e haverá novos céus e nova terra - novo começo. A terra será liberta do cativeiro.
Com Noé, nós temos o padrão de algo que se repete: o objetivo era salvar, preservar, guardar, libertar. D-us agiu com motivo positivo: fazer coisas novas, dar recomeço (II Pe. 3: 12). A libertação da família de Noé se deu com a cooperação do próprio Noé. D-us não enviou a arca pronta do céu para ele, mas Noé teve que fazer a arca sob a orientação de D-us - esta é a metodologia de D-us: incluir esforço humano, através do corpo do Mashiach. Faz parte do plano de D-us usar o Seu corpo (o conjunto dos salvos) - é D-us fazendo o trabalho através de nós. Assim como D-us instruiu Noé, como fazer a arca, assim Ele instruiu a nós: "Ide e fazei discípulos de todas as nações..." (Mt. 28: 18-20).
Portanto, um homem justo foi o instrumento de D-us para resgatar toda uma família, até mesmo toda uma nova humanidade e uma nova criação. Depois do dilúvio D-us garante que Sua ira nunca mais atingirá o mundo inteiro (Gn. 8: 21,22). A aliança de D-us com Noé era, de fato, com toda a humanidade, até mesmo com a criação toda. Os propósitos de D-us ainda possuem dimensões universais. A missão é de D-us, Ele elege mas exige a resposta humana de fé e obediência. O homem somente pode ordenar a sociedade de maneira benéfica se estiver em submissão a D-us.
ABRAÃO - PACTO ABRAÂMICO
Gen. 12 - D-us chama a Abraão (2.000 a.C.). Como a metodologia de D-us é usar o homem no Seu plano salvífico, Ele usou Abraão e o fez participante deste Seu projeto. D-us queria uma nação para testemunhar entre as outras nações. Durante a época em que ainda não havia nações, D-us salvou famílias (Noé, Abraão, Ló).
Abraão não conhecia a terra para onde D-us o estava enviando. Ele foi pela fé. Noé também teve fé e entrou na arca - foi tudo novo para ele. A promessa de D-us para Abraão incluía o herdeiro, a herança (lugar) e uma bênção expansiva em sentido universal - todas as nações. Assim como D-us chamou a Abraão, Ele nos chama para fazermos uma jornada de fé - este é o plano de D-us - alcançar os povos (Hb. 12: 1-2). Abraão teve um papel significativo e central na história da salvação, mas, seu papel não é entendido como sendo para ele mesmo, mas como sendo para a sua descendência, referindo-se não só a Israel, como também a Mashiach e ao verdadeiro Israel nascido pela fé, como Abraão (Mt. 1: 1; At. 3: 25-26; Rm. 4: 13; Gl. 3: 8-16; 6: 15-16).
ISRAEL - PACTO SINAICO
Êxodo 3: 1-22 - Chamada de Moisés. Libertação do povo de Israel e outras nações que também saíram com os israelitas do Egito (vs.38), isto mostra que D-us não fechou a porta para os outros povos na libertação do povo de Israel e que até a própria criação estava, de alguma forma, também sendo poupada. Moisés é um tipo de Mashiach, pois Ele também é libertador. A aspersão do sangue nos umbrais da porta tipificava o sacrifício de Yeshua.

Êxodo 12: 29-38 - Poder para libertar da morte. Não foi através do sangue dos próprios israelitas que eles foram libertos (salvação pela graça) para mostrar que não é pelo próprio esforço que se consegue a salvação.
Êxodo 19: 1-6; 20 - Os dez mandamentos, as Leis de D-us. A libertação era para um fim: igualdade, paz e justiça e santidade. Israel tinha que ser mediadora, uma nação sacerdotal, representando D-us no mundo inteiro: tinha que divulgar, proclamar a D-us às nações, interceder em favor dos povos. D-us tinha um propósito missionário para Israel - compartilhar a bênção às outras nações (I Pe. 2: 8,9). O pacto com Israel era condicional (Êx. 19: 4-6).
Israel apostatava da fé quando considerava a eleição como privilégio, exclusividade que o afastava dos outros povos, ao invés de reconhecerem que a eleição era um chamado específico a serviço de D-us tendo a missão de proclamar o poder de D-us ao mundo.

JOSUÉ / JUÍZES
Josué 2 - a entrada na Terra Prometida e a sua conquista incluiu povos estrangeiros, como no caso de Raabe, que entra no pacto e na genealogia do Mashiach, mostrando com isto que o propósito de D-us sempre é salvar a humanidade e usar os Seus filhos para levar esta salvação.
Por causa do que D-us havia feito no Egito, a Sua fama chegou até Canaã. Esta é a metodologia de D-us, principalmente na fase inicial, para "conquistar" um povo para Si. Ele demonstra o Seu poder e isto causa admiração e temor. Sempre nos momentos "chaves" da História, quando havia um avanço significante nos propósitos redentores de D-us, encontramos a presença de sinais extraordinários. Estes sinais não tiveram o alvo único da fé do povo de Israel, mas, até mais do que isto, eram para que as nações conhecessem ao Senhor como único D-us verdadeiro e O glorificassem.
Juízes 3 - D-us permitiu que os inimigos permanecessem para ensinar à nova geração a guerrear e por causa da sua desobediência às ordenanças do Senhor, Israel teve lutas contra estes povos. Israel deveria testemunhar acerca do poder do senhorio de D-us, mas eles deveriam levar em conta a santidade que o Senhor exigia deles. O que não aconteceu, por eles se prostituírem adorando aos deuses destes povos, ao invés de levar estes povos ao conhecimento do único e verdadeiro D-us.


DAVI - PACTO DAVÍDICO

Através de Saul, o predecessor de Davi, D-us já havia conquistado outros povos, mostrando que Ele é o Todo Poderoso, o D-us dos deuses (I Sm. 14: 47-48).
Com Davi, há um crescimento do testemunho de D-us. D-us usa um homem para vencer o inimigo, seguindo a Sua metodologia de usar o homem no Seu plano universal, pois é através dos homens que D-us vai mostrando o Seu caráter, o Seu poder. D-us havia anteriormente preparado Davi para enfrentar Golias. Davi já havia matado um leão e um urso e Davi agiu baseado na fé pela sua experiência anterior com D-us.
II Sm. 7: 12-16 - D-us prometeu a Davi e à sua descendência o reinado, que se realizou parcialmente na pessoa do seu filho Salomão (I Rs. 8: 65), e de forma universal e perpétua, na pessoa de Yeshua Ha Mashiach, no Seu Reino eterno.
Através dos Salmos de Davi percebemos a preocupação dele, que era um homem segundo o coração de D-us (At. 13: 22), quanto às nações. Ele desejava que as nações conhecessem e louvassem ao Senhor. Sl. 67 - A oração de Davi era para que D-us Se compadecesse e abençoasse Israel para que as nações conhecessem a salvação do Senhor. Sl. 96 - Todos os moradores da terra são chamados a louvar a D-us e entoar cânticos ao Senhor.
Salomão fez o nome de D-us conhecido entre as nações (I Rs. 4: 29-34), mostrando mais uma vez o propósito de D-us em alcançar as nações através de Israel.
PROFETAS
O conceito do Reino, através da sua ligação à dinastia davídica, à Jerusalém e ao templo, adquiriu características religiosas escatológicas, através da pregação dos profetas. O conceito do Reino referia-se à fé de Israel e à sua esperança orientada para o futuro pela vinda do Mashiach que inauguraria o Reino de D-us, tanto no aspecto religioso quanto no aspecto político. O que Israel não entendeu, foi que este Reino era abrangente envolvendo todas as nações, o que foi pregado abertamente pelos profetas: Isaías 56: 6-8 ("casa de oração para todos os povos"), Joel 2: 28 ("derramarei o meu Espírito sobre toda a carne" - o Seu propósito não se limitava só à Israel), com Jonas, D-us demonstra o Seu grande plano de salvação e a Sua grande misericórdia ao querer alcançar um povo mau, violento e ignorante (Jn. 4: 11), e mesmo contra a vontade do Seu profeta, Ele alcançou o Seu objetivo.
Com Daniel, o rei Nabucodonosor fica conhecendo o poder de D-us e reconhece que Ele é Soberano. Daniel 2: 44 - A profecia de que D-us levantaria um Novo Reino que nunca seria destruído e englobaria os outros reinos da terra. Em João 1:49 Yeshua é declarado, por revelação a Natanael, que Ele é o Rei de Israel, o Reino Eterno já havia chegado parcialmente, cumprindo esta profecia de Daniel. O Reino de D-us está chegando em etapas: chegou com Yeshua primeiro, depois aos indivíduos, e na sua totalidade ainda vai chegar (Dn. 7: 13-14, 27; Mt. 24: 29-36) este Reino trará um julgamento mundial (Israel e as outras nações) - O Dia do Senhor (Mt. 25: 31-34; Is. 2: 4,12,21; 13: 9-22).
Isaías 65:17-25 - já houve a previsão de novos céus e nova terra e alegria para Jerusalém. Seria uma Jerusalém nova, pois a antiga não estava mais agradando a D-us. O projeto de D-us engloba os céus e a terra - não mais uma pequena nação.
O projeto de D-us foi expandindo cada vez mais o que ficou bem claro nas profecias. Através dos profetas, o relacionamento exclusivo de D-us com Israel foi superado: o D-us nacional tornou-se o Senhor do mundo. É Ele quem conduz o destino de todas as pessoas e nações como parte da mensagem dos profetas.
O Novo Pacto, ou Nova Aliança, foi profetizada por Jeremias 31: 1,7,9,31-35; Ezequiel 36: 24-27 e Oséias 2: 18-23 e explicada pelo autor de Hebreus (8: 6,13; 10: 1-29) como já realizada na pessoa do Filho de Davi, o Filho de D-us, Yeshua Ha Mashiach. Esta Nova Aliança é abrangente a todos os povos que crerem no sacrifício do Filho de D-us (Rm. 3: 21-31).
BRIT CHADASHA
Yeshua Se identificou como o Mashiach enviado por D-us, para o estabelecimento do Seu Reino (espiritual, primeiramente) na terra (Jo. 9: 35-39; Jo. 1: 49-51; Mc. 8: 27-30) e por último Se revelou a Shaul, o último apóstolo (At. 9: 1-19; Gl. 1: 11-17; Ef. 3: 7-8).
Yeshua anunciou a chegada do Reino de D-us - um só povo, uma só nação, um só rei, um só pastor (Ez. 37: 22-28; Jo. 10: 16) e não fazia acepção de pessoas (Lc. 10: 25-37) em Seus milagres e conversas, pelo contrário, Ele derrubava a barreira étnica, sócio-cultural (Lc. 8: 1-3) e política (Lc. 7: 2-10), mostrando o plano de D-us em alcançar todos os povos (Jo. 4; Lc. 14: 16-24; Lc. 15: 1-2; Lc. 17: 11-19) e fazia questão de mostrar que os gentios, em muito, ultrapassavam aos judeus em sua fé.
No Brit Chadasha se deu a concretização do início da Nova Aliança profetizada por Jeremias, Ezequiel e Oséias, na morte e ressurreição de Yeshua (Mt. 26: 28; I Co. 11: 23-26) e a Igreja, o povo remido por D-us, foi comparada com um noiva (Ef. 5: 32; Ap. 21: 2-3).
D-us chamou especificamente a Shaul com o propósito de pregar aos gentios (At. 9: 1-31; Rm. 1: 1-7; Ef. 3: 8-12). Houve uma mudança radical em Shaul que reconheceu, pela fé, que o Yeshua que havia sido crucificado, ressuscitado e glorificado era o Mashiach, pelo qual a nova era messiânica havia chegado e inaugurado o Reino de D-us na terra (Dn. 2:44-45; 7: 13-14 com At. 19:8; 28: 23; Cl. 1: 13; II Ts. 1: 5-7).
Em sua pregação, o apóstolo Shaul voltou até Abraão, ao antigo pacto, para mostrar que o plano de D-us não mudou: é pela fé que somos justificados por D-us, e com o novo pacto, o plano continua o mesmo. As obras são para provar a fé (Ef. 2), independentemente de ser judeu ou gentio (Ef. 3: 6; Rm. 9). Em Romanos 11: 16-24, o apóstolo Shaul faz uma comparação entre Israel e uma oliveira que tem os ramos naturais (israelitas) ligados à raiz, Abraão; mas D-us está colocando outros ramos (gentios), enxertando-os na oliveira, mostrando com isto que agora os gentios também são filhos de Abraão pela fé (Rm. 2: 28-29).
Dos poucos apóstolos que obedeceram, de início, a missão evangelística de Yeshua (Mt. 28: 18-20), Filipe, levado pelo Espírito, foi ao encontro de um etíope eunuco e explicou a ele as Escrituras e ele se converteu ao Senhor Yeshua. Depois Filipe pregou a outras cidades gentílicas, no caminho de volta à sua terra. Há também o encontro de Pedro com Cornélio e a visão que o Senhor Yeshua lhe dá para mostrar que D-us não faz acepção de pessoas (At. 10). Fora isto, há todas as viagens missionárias de Paulo e seus companheiros mostrando a pregação do Evangelho de Yeshua, o Mashiach judeu, aos gentios. Tudo isto fazendo parte do plano salvífico de D-us para a humanidade.
A visão do Brit Chadasha é unificadora: a união de todos os povos, uma nação feita com todos os povos, uma só família espiritual (Ef. 2: 11-19; 4: 4-6; Rm. 8: 14-17; 9: 24; I Co. 12: 12; I Pe. 2: 8-10; Gl. 6: 16; Mt. 24: 14).
O CUMPRIMENTO FINAL DO PLANO SALVÍFICO DE D-US
O Plano Universal de D-us teve todo um progresso que foi caminhando para um propósito final: um novo universo, com uma família universal santa, adorando a D-us perpetuamente (Ap. 7: 9-10).
O livro de Apocalipse contém mais citações do Tanach do que qualquer outro livro do Brit Chadasha. Este livro nos motiva a tentar alcançar o alvo do Plano Universal de D-us.
Apocalipse 21: 1-5 - Novo céu, nova terra (II Pe. 3:13, Ap. 22:3), nova Jerusalém (Ap. 21: 9; 22: 5) - todas as coisas transformadas. Novo templo (Ap. 21: 3, 22; Hb. 8: 5; 9: 23) significando um novo relacionamento com
D-eus - D-us presente, sem o véu de separação, face a face. Novo pacto - a analogia do casamento (Ap. 21: 2,3) mostrando que "os homens serão povo de D-us" judeus e gentios. Novos corpos (Ap. 20: 6; Mt. 13: 43), novo povo - representantes de todas as nações (Ap. 7:9; Rm. 11: 25-29 - gentios e judeus) farão parte deste Reino.

No livro de Apocalipse, a soberania de D-us é vista na recriação e transformação de todas as coisas. Aquele que fez o universo é a única autoridade máxima que tem todo o direito de recriá-lo e transformá-lo para a execução final do Seu Plano justo (Ap. 1: 8; 4: 11; 11: 15-19; 15: 1-4; 16: 5-7; 19: 1-2 - Gn. 1: 1-31; Sl. 99; 100; Is. 6: 1-8).
Na visão do livro de Apocalipse, a soberania e a vitória de Yeshua é absoluta sobre Satanás e todo o mal. Depois que ascendeu aos céus, Yeshua glorificado recebe, do Pai, toda a autoridade nos céus e na terra para executar Seu plano moral e transformador no universo (Ap. 1: 17-18; 5. 1-14; 19: 11-16 - Gn. 3: 15; Dn. 7: 9-14).
O mesmo Espírito que estava presente e ativo na criação (Gn. 1: 2) é o mesmo que deseja transformar com Seu poder, esta terra amaldiçoada numa terra abençoada, frutífera e santa, Ele dá o amém junto com a Igreja. Ele está pronto para atuar refazendo todas as coisas, completar o projeto de
D-us - a recriação (Ap. 22: 17; Jl. 2: 28-29; At. 1: 8; Rm. 8; I Co. 3: 16-17; 12: 12-13; II Co. 3: 16-18).

Haverá um dia de acerto de contas, julgamento da humanidade pecaminosa com o D-us justo e santo, pois D-us fará justiça e Yeshua é apresentado como um soldado vitorioso com o poder e a glória em Suas mãos, como o grande juiz (Ap. 6: 17; 11: 18; 14: 7,19; 16: 10; 18: 1-8,24; 19: 15; 20: 12-14 - Gn. 2: 16-17; Sl. 37; 79; 82; At. 17: 31; Rm. 1: 18-2: 16; 3: 23; 6: 23; Hb. 9: 27). Isto acontecerá por causa daqueles que insistentemente praticam o mal. O julgamento se faz necessário por causa da dureza dos corações. Se D-us não acabar com o mal, ele se espalhará por todo o universo, por isto D-us fará uma separação entre os justos e os não justos, pois o mal não pode entrar em Seu Reino perfeito (Ap. 9: 20-21; 14: 14-16; 19: 11; 21: 22-27; 22: 11 - Mt. 25: 31-46; Rm. 2: 5-8).
A Lei Mosaica exigia por pagamento ao pecado, que se sacrificasse um animal. Yeshua pagou um preço muito alto para o resgate de toda a humanidade - a Sua própria vida em favor dela (Ap. 5: 9-10; Lv. 17: 10-14; Ef. 1:7; Hb. 5: 1-10; 7: 26-28; 10: 1-23).
Os santos glorificados e os anjos anseiam pelo Dia do Senhor (Ap. 5: 11-13; 6: 9-11; 8: 1-5; 19: 1-3). Até a terra anseia por este grandioso dia quando ela também será redimida e não estará mais sob maldição (Ap. 11: 18; 18: 1-8,24; Rm. 8: 18-23). Todos (o Espírito, os santos, os anjos, nós, e a criação, estão ansiosos para que esta história da humanidade termine e comece uma outra. A nova criação será superior à primeira, será gloriosa (Ap. 21: 1-22: 5 - Is. 65: 17-25). O silêncio sabático, forçado, na terra "jamais ouvirá o ruído..." - tudo o que estava sendo praticado na terra vai cessar (Ap. 18: 21-24) precede o grande júbilo dos santos pela vitória do Cordeiro e então há a celebração das bodas.
D-us deseja recompensar os justos e fazer o universo cheio de glória e justiça diante dEle (Ap. 1: 5-6; 2: 7,11,17,26; 3: 5,12,21; 19: 6-8).
CONCLUSÃO
O plano de D-us e o Seu caráter foram manifestados por Ele, de uma forma progressiva. As várias etapas deste grande plano / projeto de D-us não significam que D-us foi experimentando várias maneiras diferentes de alcançar a humanidade, mas, as promessas de D-us, ao longo da História fazem parte de um único plano de salvação, através do sacrifício expiatório de Yeshua - um plano universal. A lei mosaica demonstra nos seus sacrifícios, a importância da obra substitutiva de Yeshua Ha Mashiach como o Cordeiro de D-us, ambos revelando assim a justiça e a graça de D-us.
Assim como D-us chamou a Israel para ser povo santo, sacerdotes, com a finalidade de fazê-lO conhecido entre as nações, Ele também quer envolver os salvos, os santos, neste Seu grande plano para a salvação da humanidade. Ele nos deixou a promessa do Seu poder e da Sua presença sempre conosco para que fôssemos capazes de cumprir esta missão, além disso, Ele já nos deu o Seu Espírito que habita no coração do salvo em Mashiach (Mt. 28: 18-20). Assim como Israel não podia assumir uma posição de isolamento, por causa da sua chamada missionária, recuar para o exclusivismo da sua eleição seria renunciar ao propósito do seu chamado. Quando o Corpo do Mashiach esquece do seu papel missionário no mundo, pensa só em si, sua sobrevivência e suas peculiaridades, rejeita o propósito de seu chamado e renuncia sua própria eleição. A Igreja vive nesta tensão de separada do mundo (dizer não ao sincretismo) mas também ser separada para D-us (dizer sim à sua aliança) e por D-us para o mundo (dizer sim à sua eleição).
D-us gastou 2000 anos lidando com a pequena nação de Israel para que eles andassem nos Seus caminhos (Rm. 10: 21) e para que eles pregassem às outras nações, agora D-us muda o enfoque para os gentios até que alcancem a sua plenitude. D-us está trabalhando no mundo inteiro, um grande número de pessoas de diferentes povos estão entrando no Reino de D-us, depois de haver alcançado a plenitude dos gentios, D-us irá focalizar novamente na nação de Israel e todo o Israel será salvo (Rm. 11: 26-29). D-us mostra com isto que Israel não foi esquecido e continua debaixo da Sua promessa.
A teologia bíblica de missões tem uma orientação otimista sobre a História. A palavra final é de vida e não morte. A ação final é cumprir e ajuntar, não frustar e dispersar, mas, esta perspectiva não é ingênua. A literatura apocalíptica claramente relata que haverá grande sofrimento e transformação no processo final (Mt. 24: 13; Mc. 13: 13; II Tm. 2: 12; Tg. 5: 11), pois as calamidades se agravarão cada vez mais. O fim, porém, será salvífico, pois D-us terá a palavra final. A Igreja desempenha o seu papel como instrumento de D-us no Seu plano quando, perseverando, ela proclama a vinda do Evangelho para todas as nações, chamando-as para o arrependimento. O evento escatológico de missão lembra à Igreja que sua tarefa nunca termina antes do fim. Esperar o fim nunca implica em passividade, mas atividade intensa no agora e aqui. A perspectiva escatológica de missão deve dar um estímulo e motivação contínuos para a Igreja, pois o Plano Salvífico de D-us se manifesta à medida em que a Igreja se envolve na promoção do Reino de D-us neste mundo. A Igreja deve viver de acordo com o que "já está aqui" do Reino, a caminho do que "ainda não chegou". A Igreja não pode perder seu campo de visão por estender a missão meramente em categorias deste mundo, isto é, o desafio social de hoje nunca pode ser tão persuasivo que a esperança pelas coisas invisíveis pareça inútil ou irreal. Enquanto o tema escatológico de missão impele a Igreja para envolvimento neste mundo, também fortifica-a contra o perigo de desânimo, frustração e desilusão. A mensagem do Reino transcendente e a confiança de que tudo está sob o controle de D-us, nos dá a distância necessária de tudo neste mundo. O reconhecimento disto determina o horizonte das nossas expectativas. Missões é o esforço do povo de D-us em prol das nações, nossa dedicação ao projeto de justiça de D-us. Missões é pensar no futuro, vislumbrar o futuro, a restauração de todas as coisas!

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