5 de mar. de 2012

JESUS, O CRISTO CRISTÃO OU O MESSIAS JUDEU?

Baseado em artigo de Eduardo Stein Maroniene – líder da Beit Tefilat Yeshua
Hoje em dia todo mundo diz conhecer Jesus, o chamado Cristo dos Cristãos. Mas será que realmente conhecem Jesus, o Messias da Bíblia? Será que este Jesus é o mesmo Jesus apresentado hoje em dia por diversas religiões, muitas vezes com doutrinas e ensinamentos até mesmo contrários?

E seu nome será Salvação

Pra começar, qual é o verdadeiro nome do Messias da Bíblia? Seu nome original em hebraico é Yeshua, que é a forma masculina de yeshuá, que significa “salvação”. Tendo em mente seu nome original e seu significado, fica claro o jogo de palavras em Mateus 1:21: Ela dará a luz um filho, e ela o chamará Yeshua (Salvação); porque ele salvará o seu povo de todos os pecados.

Jesus é a tradução para o português de seu nome original, e sabemos que não é legal traduzir os nomes das pessoas, ainda mais quando há atrelado ao nome um significado tão maravilhoso. Não seria estranho chamar Michael Jackson de Miguel filho do Diego? Porque então traduzir o nome do salvador?

Quem realmente é Yeshua?

Quando falamos sobre Yeshua, muitas pessoas ainda se surpreendem quando citamos alguns fatos de sua vida, fatos que detalharei mais a frente. Todos estão acostumados a pensar num Jesus cristão (no sentido moderno da palavra), pele clara, muitas vezes olhos claros, totalmente distanciado de qualquer cultura oriental e semita. Pois bem, para a surpresa de alguns, Yeshua, o Messias da Bíblia, é judeu, nasceu judeu e nunca deixou de ser judeu. Foi circuncidado ao oitavo dia, usava talit (o manto de oração) e tsitsit (franjas nas roupas), tinha uma alimentação totalmente kasher (baseada nas regras alimentícias de Leviticos 11), guardava os shabatot (sábados) e, uma coisa que passa totalmente despercebido de muitos quando lêem a Bíblia, não freqüentava “congregações cristãs”, mas freqüentava e ensinava nas sinagogas judaicas. Ou seja, Yeshua não só era judeu, como era um rabino judeu. Não perdeu sua essência judaica até virar o ídolo de uma nova religião, o que aconteceu só por volta do ano 300, muitos anos após sua vida, morte e ressurreição.

Paradigmas

Infelizmente, poucas pessoas se propõem a pensar e investigar os ensinamentos e raízes de suas religiões nos dias de hoje. Entram em suas casas de ensino querendo ouvir apenas o que lhes é conveniente, aceitando toda e qualquer doutrina humana e seus paradigmas. E quando um paradigma é instalado em sua mente, fica difícil mudá-lo. Por isso, ao ler este texto, muita gente se sente incomodada, principalmente quando começamos a provar as verdades não só através da história, mas principalmente, através da própria Bíblia. Isso porque sofismas apregoados por séculos são postos a prova e, para surpresa de muitos, não resistem e caem.
O desespero faz com que diversas religiões evitem a todo custo contextualizar Yeshua dentro do judaísmo. Não falo apenas de religiões cristãs, mas também judaicas, afinal de contas, os judeus não foram apenas vitimas, mas também colaboram para afastar o Messias da sua verdadeira origem. Para os cristãos, tirar Yeshua de sua roupagem judaica o torna o Messias, ou Cristo, universal. Curiosamente católico significa universal, sendo a principal religião a propagar um “Cristo” destituído de sua origem semita, mas praticamente romano. Judeus e cristão se unem de tal forma contra verdadeira origem do Mashiach (Messias), com o objetivo de confundir a seus seguidores, de forma que pensem que o maior rabino da história é propriedade do Vaticano e/ou de suas religiões dissidentes.

A educação de Yeshua

Não é preciso uma análise muito detalhada da história e da bíblia para perceber que muitos dos que dizem conhecer Jesus na verdade não conhecem Yeshua.
Yeshua nasceu judeu, foi realizada sua Brit Milah no oitavo dia (“Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi−lhe dado o nome de Yeshua, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido” – Lucas 2:21), após a tevilah de sua mãe, Miriam, pós-parto, como primogênito foi feito Pydion HaBen (resgate do primogênito), inclusive com os sacrifícios necessários no Beit Hamikdash (“Terminados os dias da purificação, segundo a Torah de Moshe, levaram−no a Yerushalayim, para apresentá−lo a ADONAI  (conforme está escrito na Torah de ADONAI: Todo primogênito será consagrado a ADONAI), e para oferecerem um sacrifício segundo o disposto na Torah de ADONAI: um par de rolas, ou dois pombinhos”. – Lucas 2:22-24).
Como judeu, foi ensinando desde pequeno nas escrituras do Eterno, ou seja, Sua Torah. Quando lemos Lucas 2:42-52, muitos se surpreendem pela sabedoria de Yeshua que, aos 12 anos, debatia com rabinos no Templo. Porém ainda hoje, os meninos e meninas judeus são ensinados desde muito cedo nas Palavras do Eterno, de forma que é esperado que aos 12/13 tenham aprendido a Torah e os mandamentos. Claro que Yeshua excedia em sabedoria, provavelmente tinha dedicação acima das demais crianças.
Neste trecho sobre a infância de Yeshua podemos ver algumas provas de sua criação e vida judaica. Primeiramente, ele subiu com sua família para Jerusalém, para celebrar a festa bíblica de Pessach (conhecida como Páscoa). Ele foi encontrado no Templo, entre rabinos, ouvindo e perguntando, ou seja, aprendendo, estudando, debatendo. E o que um grupo de rabinos estaria estudando? A Torah de Elohim.
Muitos tem o costume de achar que Yeshua não estudou, que talvez fosse pobre, sem instrução e que sua sabedoria e inteligência vinha apenas de seu esforço próprio ou do Eterno. Porém, conforme o costume judaico da época, Yeshua provavelmente estudou com seu pai, com quem aprendeu sobre a Torah e os ensinamentos das escolas rabínicas. Podemos ver que Yeshua era instruído em tais escolas, pois muitos de seus ensinamentos continham ensinamentos chaves de famosos rabinos que viveram antes dele, como exemplifico abaixo:
No Testamento de Yosef XVIII,2 lemos: “Se alguém busca te fazer o mal, farás bem em orar por ele”. Yeshua disse, em Mateus 5:44: “Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem”.
Em Shir HaShirim Rabbah 5:11 e Vayicrá Rabbah 19 temos: Se o mundo inteiro estivesse reunido para destruir o yud, que é a menor letra da Torah, eles não seriam bem sucedidos”. E em Shemot Rabbah 6:1: “Nenhuma letra da Torah jamais será abolida”. Yeshua disse, confirmando claramente a validade da Torah, em Mateus 5:17-18: “Não penseis que vim destruir a Torah ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torah um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido”.
Talmud Shabbat 151b diz: “Aquele que é misericordioso com os outros receberá misericórdia no Céu”. Yeshua diz, em Mateus 5:7: Benditos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”.
Talmud – Baba Bathra 15b diz: “Eles falam ‘Remova o cisco do seu olho?’ Ele retrucará, ‘Remova a trave do seu próprio olho”. Yeshua disse em Mateus 7:3-5: “E por que vês o cirsco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa−me tirar o cirsco do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o cirsco do olho do teu irmão”.
Mekilta 103b e Yoma 85b dizem: “O Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat”. Além disto, os Rabinos da escola de Hillel freqüentemente citavam Hoshea (Oséias) 6:6 para argumentar que ajudar os outros era mais importante do que observar ritos e costumes (Sukkah 49b, Devarim Rabba em 16:18, etc.). Yeshua disse, em Marcus 2:27: “E prosseguiu: O Shabbat foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do Shabbat”.
Os rabinos da escola de Hillel, assim como Yeshua, também eram partidários da tese de que é pela graça do Eterno que somos salvos, e não por mérito de obras: “Talvez Tu tenhas grande prazer em nossas boas obras? Mérito e boas obras não temos; aja para conosco em graça.” (Tehillim Rabbah, 119:123).
A “Regra de Ouro” de Hillel, o seu ensinamento mais famoso, é: “…e [Hillel] disse a ele “Não faça aos outros o que não deseja que façam a você: esta é toda a Torah, enquanto o resto é comentário disto; vai e aprende isto.” (b.Shab. 31a). Esta regra, que era a base de todo talmid (discípulo) da Beit Hillel, e é citada explicitamente por Yeshua em Mateus 7:12: 12 Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei vós também a eles; porque esta é a Torah e os profetas”.

Além disso, Yeshua era freqüentemente chamado de Rabino, o que significava que ele era reconhecido pela comunidade da época como um professor. Para isso seria necessário que ele tivesse sido instruído, para que pudesse então instruir a seus discípulos.
Mateus 17: 24: “Tendo eles chegado a K’far Nachum, aproximaram−se de Kefah os que cobravam duas dracmas, e lhe perguntaram: O vosso rabino não paga as didracmas?”.

Mateus 9:11: “E os P’rushim, vendo isso, perguntavam aos talmidim: Por que come o vosso Rabi com coletores de impostos e pecadores?”

Marcus 9: 17 “Respondeu−lhe um dentre a multidão: Rabi, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo”.

Lucas 3:12 “Chegaram também uns coletores de impostos para serem imergidos, e perguntaram−lhe: Rabi, que havemos nós de fazer?”

João 3:2: “Este foi ter com Yeshua, de noite, e disse−lhe: Rabi, sabemos que és Rabi, vindo de Elohim; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Elohim não estiver com ele”.
E o que Yeshua, como rabino, ensinava: A Torah. Se não fosse assim, ele jamais poderia ensinar nas sinagogas, como fazia.
Mateus 4:23 “E percorria Yeshua toda Galil, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo”.

Marcus 3:1: “Outra vez entrou numa sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiada”.

Mateus 13:54: E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos?
Lucas 4: 44 “E pregava nas sinagogas de Yehudah”.
João 6:59: “Estas coisas falou Yeshua quando ensinava na sinagoga em K’far Nachum”.

João 18:20: “Respondeu−lhe Yeshua: Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei nas sinagogas e no Beit HaMikdash, onde todos os yehudim se congregam, e nada falei em oculto”.

Yeshua não só freqüentava e ensinava nas sinagogas, como também fazia isso nos shabatot.
Marcus 1:21: “Entraram em K’far Nachum; e, logo no Shabbat, indo ele à sinagoga, pôs−se a ensinar”.

Marcus 6:2: “Ora, chegando o Shabbat, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouvi−lo, se maravilhavam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe é dada? e como se fazem tais milagres por suas mãos?”

Lucas 4:16: Chegando a Natzeret, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de Shabbat, segundo o seu costume, e levantou−se para ler.
Lucas 6: 6 “Ainda em outro Shabbat entrou na sinagoga, e pôs−se a ensinar. Estava ali um homem que tinha a mão direita atrofiada”.
Lucas 13:10 “Yeshua estava ensinando numa das sinagogas no Shabbat”.



A vida judaica de Yeshua
Podemos ver, apesar de embates teológicos normais à época, aliás, muitos ainda normais hoje em dia nas comunidades judaica, tais como ressurreição, o que é licito fazer no Shabat, dúvidas sobre como cumprir certos mandamentos, vemos que Yeshua participava ativamente da comunidade judaica, sendo assim podemos concluir facilmente que ele: se vestia como um judeu, usando o talit e o tsitsit (Mateus 9:20-21 comprova isso), cobria a cabeça como sinal de respeito a Elohim em suas atividades religiosas (de onde se origina o costume de se usar kipah), usava tefilin diariamente (Devarim 6:8), tinha mezuzot nas portas de sua casa (Devarim 6:9) e orava no mínimo 3 vezes ao dia.
Podemos ver também Yeshua celebrando os festivais bíblicos e judaicos, como por exemplo: Sukot (Festa das Cabanas) – Yochanan/João 7; Pessach (Páscoa) – Matitiyahu/Mateus 26:18; Chanuká (Festa da Dedicação) – Yochanan/João 10:22-23.

A Mensagem de Yeshua
A mensagem de Yeshua, ao contrário do que se pensa, não era uma nova mensagem inventada por ele. O que ele pregava era um retorno à obediência dos mandamentos e da Torah como forma de se achegar ao Eterno.
“Aproximou−se dele um dos professores da Torah que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou−lhe: Qual é a primeira de todas as mitzvot? Respondeu Yeshua: A primeira é: Ouve, Israel, ADONAI nosso Elohim é o único ADONAI. [No hebraico: Sh’ma Israel ADONAI Eloheinu, ADONAI Echad] Amarás, pois, a ADONAI teu Elohim de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. E a segunda é esta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outra mitzvah maior do que essas”. (Marcus 12:28-31)
“E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Rabi, que bem farei para conseguir a vida eterna? Respondeu−lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda as mitzvot”. (Matitiyahu/Mateus 19:16-17)
“Então falou Yeshua às multidões e aos seus talmidim, dizendo: Na cadeira de Moshe se assentam os professores da Torah e P’rushim. Portanto, tudo ele vos disser, isso fazei e observai; mas não façais conforme os takanot e ma’assim dele; porque dizem e não praticam”. (Matitiyahu/Mateus 23:1-3)
Aqui vemos uma das orientações mais clara de Yeshua quando a guarda da Torah, recebida por Moshe. Deveríamos fazer tudo o que Moshe nos disse, mas não segundo as obras, legalismo e tradições dos professores da Torah e P’rushim, pois aquilo que eles ensinavam eles mesmos não cumpriam. O problema é que eles não estava ensinando apenas a Torah do Eterno, mas tradicionais humanas como se fossem mandamentos de Elohim, o que além de ser proibido pela Torah invalidam a própria Palavra do Eterno.
“Então chegaram a Yeshua uns P’rushim e professores da Torah vindos de Yerushalayim, e lhe perguntaram: Por que transgridem os teus talmidim a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos, quando comem. Ele, porém, respondendo, disse−lhes: E vós, por que transgredis a mitzvah de Elohim por causa da vossa tradição? Pois Elohim ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e, Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá. Mas vós dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua mãe: O que poderias aproveitar de mim é oferta ao Senhor; esse de modo algum terá de honrar a seu pai. E assim por causa da vossa tradição invalidastes a mitzvah de Elohim. Hipócritas! bem profetizou Yeshayahu a vosso respeito, dizendo: Este povo honra−me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem”. (Matitiyahu/Mateus 15:1-9)
Veja que ele era visto no Templo e nas sinagogas fazendo suas “drashot” e juntando multidões sem cobrar fortunas para pregar mezuzot nos umbrais das portas, sem pedir terreno para o prefeito no bairro nobre de Jerusalém para construir sinagoga, sem procurar banqueiros para financiá-los, e sem espaço na mídia ele causou um rebuliço que até hoje divide o calendário em antes dele e depois dele.
A grande questão, é que ele viveu uma vida 100% judaica, e que quando ele pregava, evidentemente ele citava o Tanach. Mas ele não mudou o sentido da Torah, o que ele fazia era dar uma dimensão maior aprofundando o significado da revelação de Elohim.
Ele não renunciou ao judaísmo de maneira nenhuma, ele não criou uma nova religião. Todos os seus biógrafos eram judeus, e os livros que falam dele são excelente literatura judaica escrita por judeus para judeus. E esses mesmos livros informam que antes da sua ressurreição (um conceito judaico, que é lido todo dia no sidur na Amidá) após o Pessach, foi colocado debaixo do madeiro uma placa em 3 idiomas diferentes que diziam: Yeshua hanotzri melech haieudim (Yeshua de Nazaré rei dos judeus – cuja sigla coincidentemente significa iud-hei-vav-hei, YHWH!).
Sem querer me alongar só vou citar 2 trechos significativos do Brit Chadasha (Novo testamento) como exemplo de passagens que considero mostras significativas do costume e ensinamento judaico de Yeshua .
Cap. 12:28-34 de Marcos
28: Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? 29: E Yeshua respondeu-lhe: O primeiro de todas as mitzvot é: Ouve, Israel, o SENHOR (YHWH) nosso Elohim é o único Senhor. (Shema Israel Adonai Eloheinu Adonai Echad.  30: Amarás, pois, ao Senhor teu Elohim de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. (Vê ahavta Et Adonai eloecha vekol levavchá vê kol nafshechá vekol meodecha)_ 31: E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Vê ahavta lareach kamocha) Não há outro mandamento maior do que estes. 32: E o escriba lhe disse: Muito bem, Rabino, e com verdade disseste que há um só Elohim, e que não há outro além dele; 33: E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. 34: E Yeshua , vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Elohim. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
Segunda passagem em Lc 4:15-21:
15: E ensinava nas suas sinagogas, e por todos era reconhecido por todos. 16: E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num Shabat, segundo o seu costume (halachá), na sinagoga, e levantou-se para ler. (aliá para leitura da Haftarah – ninguém se levanta para ler o rolo da haftarah sem ser convidado) 17: E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías (Tanach – Yeshaihu cap 61 ; e, quando abriu o rolo , achou o lugar em que estava escrito: (a leitura da Haftarah assim com a da parashá não é aleatória e sim seqüencial e organizada) 18: O Espírito de YHWH é sobre mim, Pois que me ungiu (a palavra mashiach é o ungido = do grego Cristo) para levar as boa novas aos que sofrem. Enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19: A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A por em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do SENHOR. 20: E, fechando o rolo , e tornando-o a dar ao gabai da sinagoga , assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21: Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.

Ou seja o próprio Yeshua disse que a haftarah de Isaias 61 que fala características do mashiach se cumpria naquele dia nele, porque esse texto se refere a ele. Trocando em miúdos ele disse: Eu sou o mashiach!
Concluo dizendo que a atitude mais judaica que um judeu pode ter após identificar o messias, é aceitá-lo como tal. Um judeu que se posiciona pró-mashiach não se converte. Ele não mudou de Elohim. Ele continua leal ao Elohim de Abrão, de Isaque e Jacob, alias com muito mais intensidade. E aceitá-lo o torna um judeu completo, completo em todos os sentidos, completo na aceitação do Tanach, completo em seu relacionamento com Elohim, na plenitude do seu relacionamento, mesmo que tentem nos estigmatizar criando um selo emblemáticos de apostasia, esse emblema eu não uso. Já basta de identidades trocadas. Eu fico com Yeshua.

4 de mar. de 2012

Shabat segundo a Toráh


Como guardar o SHABAT segundo a TORAH
 
• Tópico 1: Como guardar o Shabat
• Tópico 2: Leis acerca do Shabat e tradições recomendadas
TÓPICO 1: Como Guardar o Shabat

Introdução: É inegável que o domingo como dia de descanso é uma farsa, e cada vez mais esta doutrina criada pela igreja romana enfraquece. O descanso do shabat tem conquistado mais pessoas, as quais já não toleram todos os dogmas romanos que se tornaram a base de todo o cristianismo. Enquanto uma ala de cristãos é levada pela onda da apostasia e do engano, um grupo se destaca pela busca da verdade, e estas instruções acerca do shabat se destinam a este grupo.

O Mandamento do Shabat: O Shabat é um mandamento obrigatório para o povo judeu, mas acessível aos gentios que se converteram ao Eterno através do Messias Yeshua. Tiago, irmão de Yeshua, que liderava a comunidade judaico messiânica do primeiro século, anunciou a decisão dos líderes em não impor aos gentios todas as leis e obrigações da Torah, mas especificamente as leis noéticas. O texto diz: “Mas envie uma mensagem a eles, para que se abstenham da contaminação das imagens de idolatria, e das relações sexuais ilícitas, e dos animais mortos sem o derramamento de sangue (estrangulados), e do sangue” (Atos 15:20). Porém Tiago, cujo nome em hebraico é Yaacov (Jacó), nem imaginava que alguém iria sequer questionar o shabat e muito menos propor que o primeiro dia da semana (domingo) deveria substituir o sétimo dia da semana, com o argumento de que o Messias havia ressuscitado naquele dia. Esta doutrina com fraca sustentação bíblica e histórica, foi estabelecida as custas da imposição romana e das interpretações bíblicas tendenciosas. O que mais impressiona é a manutenção deste dogma nos dias atuais apesar do seu esvaziamento, já que quase ninguém observa o domingo como dia de descanso. Continuando o texto do livro de Atos, Tiago disse: “Porque Moisés desde os tempos antigos tem descendentes em cada cidade que proclamam o que é lido todos os sábados nas sinagogas” (Atos 15:21). O que ele estava dizendo era que ao freqüentar as sinagogas no sábado, os gentios poderiam receber instruções acerca de outros mandamentos da Torah e obviamente colocá-los em prática, especialmente aqueles que embora não fossem obrigatórios, eram acessíveis aos gentios. Com isto, os convertidos entre os gentios poderiam adquirir um padrão espiritual mais seguro e próximo do Eterno. O que Tiago nunca imaginou era que alguém por mais absurdo e arbitrário que pareça ser, iria um dia anular a observância do shabat e estabelecer outro dia de descanso, mas infelizmente isto aconteceu através dos desvios da igreja romana. Não é de admirar, pois até o seu nome Yaakov (em hebraico), foi mudado para Tiago em português e James em inglês.

Os Judeus Messiânicos e os Gentios convertidos reunião no Shabat e não no Domingo: No primeiro século os gentios reuniam aos sábados nas sinagogas e posteriormente nas casas, orando e estudando as escrituras e as cartas dos apóstolos. Certamente muitos na época passaram a guardar o Shabat. Os textos que relatam isto são traduzidos equivocadamente e tendenciosamente como “primeiro dia da semana”, quando em grego e nas línguas semitas é “num sábado”, ou “sábado à noite” quando se refere ao partir do pão, que incluía o vinho que era bebido em memória do sacrifício do Messias. Em Atos 20:7, por exemplo, o Rabino Shaul (Paulo) após partir o pão, ensina até a meia noite do sábado e alonga a sua ministração até as 6 horas da manhã do primeiro dia da semana, conhecido hoje como domingo, já que nesta época o domingo começava ao nascer do sol e não a meia noite como ocorre nos dias atuais. No versículo seguinte (8) relata as tochas acesas na varanda onde eles estavam, fato este relacionado à cerimônia da Havdalá que ocorre ao pôr do sol do sábado e marca a separação do shabat para o primeiro dia judaico da semana, que começa no sábado após o pôr do sol. O termo grego usado é “Mia Ton Shabatton” que pode ser traduzido como “um dia de sábado” ou no que se refere ao partir do pão, ao tempo logo após o shabat, no sábado à noite. Mesmo que se refira ao sábado à noite, está claro que os discípulos estavam reunidos durante o sábado e após a havdalá partiam o pão e bebiam o vinho em memória do sacrifício do Messias. Contudo, mesmo a cerimônia do partir do pão que ocorria após a havdalá não pode ser atribuído ao domingo, pois este dia falsamente estabelecido pela igreja romana começa a meia noite do sábado, e na época como já foi dito, começava as seis horas da manhã do domingo atual.

Apesar do shabat não ter sido estabelecido pela igreja do primeiro século como uma obrigação para os gentios era inegavelmente o dia quando todos, judeus e gentios, se reuniam para se dedicarem ao serviço ao Eterno, lendo, estudando, orando e prestando culto a D’us. Na época, para Tiago e todos os apóstolos, a observância do sábado era algo tão natural que nem passava pela cabeça deles que um dia isto seria mudado de forma tão arbitrária, a fim de satisfazer as ambições de um líder religioso (Constantino) que visava à implementação de uma nova religião de caráter universal, usando a história do Messias e de seus seguidores, e ao mesmo tempo agregando costumes de outras religiões, a fim de facilitar ao máximo o ingresso de novos adeptos. Estava nascendo à igreja romana, com uma visão universal (católica) e tendo como base os escritos apostólicos interpretados segundo suas conveniências.

Em Isaías 56:3-7, o Eterno diz que o estrangeiro que se unir a Ele e observar o shabat, será levado a Sua casa de oração, onde Ele se alegrará com eles, e Seu templo será chamado de: Casa de Oração para todos os povos. E até os eunucos que observarem o shabat, receberão, entre outras coisas, um nome perpétuo que nunca se apagará.

É Tempo de Restaurar:
 Perguntamos por que a reforma protestante não resolveu este problema, e como conseqüência vários seguimentos da igreja evangélica estão se afastando da sã doutrina e ensinando um “evangelho” de facilidades, bem diferente da proposta e visão passadas aos apóstolos pelo próprio Messias. A resposta é simples, primeiro a reforma se baseou numa teologia que já estava desviada em muitos aspectos, e desta forma apenas reformou alguns pontos, sem, no entanto, se dar ao trabalho de fazer uma plena restauração. Segundo, a reforma protestante teve como base a teologia romana e acabou formulando novas doutrinas com o vírus do engano, sem a preocupação de buscar a verdade mais essencial das palavras do Messias e dos seus emissários (apóstolos). E terceiro é o surgimento nos nossos dias de uma liderança mais preocupada em seus interesses e sonhos pessoais, do que em fazer de fato a vontade do Eterno. Mas, em meio a toda esta apostasia, surgem também líderes, judeus messiânicos, pastores evangélicos e até alguns padres, além de judeus e inúmeros membros de igrejas cristãs, que sentem a necessidade de uma restauração, e não se vêem mais obrigados a aceitarem dogmas e doutrinas que estão muito distantes das verdades bíblicas, sendo meramente costumes e tradições de homens.

Yeshua também guardava o Shabat: Porém, ele mostrou para os fariseus que a vida é mais importante do que o preceito, ensinando que no shabat pode haver curas, como também socorrer alguém em caso de necessidade. Este conceito ensinado pelo Messias predomina hoje entre os judeus, mesmo os não messiânicos. Yeshua é Senhor do shabat, porque ele é o instrumento do Eterno para trazer paz sobre a terra no Shabat Gadol (grande shabat), no milênio de paz, além de ser o portador oficial da palavra do Eterno.

O Povo Judeu e o Shabat: O povo judeu também passou por várias transformações, e alguns ainda não estão conectados espiritualmente, porém o Eterno está trabalhando e preparando uma restauração espiritual para toda a nação de Israel, o que se dará através da revelação do Messias. Isto ocorrerá de forma sobrenatural e sem intermediários, com uma revelação do espírito do Eterno que levará a nação de Israel ao conhecimento do Messias Yeshua. Sabemos que o Eterno preserva Israel, e que o testemunho de Yeshua dá aval para a restauração espiritual de Israel, Porém um dos instrumentos fundamentais usado pelo Eterno para guardar Israel da assimilação foi o shabat, e acerca disto alguém disse não saber se são os judeus que guardam o shabat ou se é o shabat que guarda os judeus, tamanha é a importância da observância deste mandamento.

O Shabat não é um tempo de inércia: O shabat não é de forma alguma um momento de inércia, mas de mudança de trabalho, ou seja, paramos de investir no mundo físico e secular para nos conectamos com o Olam Habá, o mundo vindouro e espiritual. Alguém disse que o shabat é um “templo no tempo” e como todas as festas bíblicas, um ponto de contato e conexão do Olam Hazé (mundo físico) com o Olam Habá (mundo vindouro). Sendo assim, alguns trabalhos que são efetuados durante os seis dias da semana são proibidos no Shabat, a fim de investirmos no nosso relacionamento com o Eterno e com o Reino Celestial.

Então, por tudo isto, o meu conselho é todos guardem o Shabat. Os judeus como uma obrigação maravilhosa, pois o Shabat é um presente e uma bênção concedida pelo Eterno. E os gentios, embora não sendo obrigatório, que observem o shabat desfrutando do banquete espiritual que o Eterno reserva a cada semana para aqueles que escolhem fazer a Sua vontade, e ao mesmo tempo se livrem das práticas pagãs como o falso descanso do domingo. Atribuir o domingo a uma origem pagã não é arbitrário, mas tem aval histórico e espiritual, pois este costume está fundamentado na prática idólatra pagã que venerava e homenageava ao falso deus sol, que na época estava revestido do mitraísmo, tendo como alvo o ídolo Mitra.
O Que Agrada ao Eterno? A observância dos mandamentos é o que agrada ao Eterno. Quando erramos e nos arrependemos de verdade, o Eterno pode se comover, nos perdoar e usar de misericórdia conosco. Porém a benção é resultado de nossa obediência a Ele, que atrai sobre nós vários benefícios. Se o arrependimento genuíno pode comover o Eterno, é a obediência aos mandamentos e a Sua vontade que realmente o agrada. Porém devemos obedecê-Lo por amor, com o objetivo de permanecermos próximos Dele e não meramente no intuito de obter algo em troca. As bênçãos virão, mas elas são uma conseqüência e não a razão principal do nosso serviço a D’us.

Os gentios que querem guardar o Shabat: Quanto a você que não é judeu, mas que quer observar o shabat, faça antes uma aliança com o Eterno tendo como aval o nome do Messias Yeshua, e se comprometendo a não exercer um trabalho secular no shabat. Isto envolve renúncia e auto-sacrifício, mas resulta em muitos benefícios tanto espirituais como alguns relacionados a nossa vida neste mundo. Porém, de forma alguma seja leviano com o Eterno, e só faça esta aliança quando tiver a plena certeza de que vai cumprir a sua palavra, pois o Eterno não se agrada de pessoas que prometem e não cumprem. Em tudo seja fiel e obediente e siga o exemplo do Messias Yeshua, que demonstrou uma atitude de auto-sacrifício extremamente grande a fim de obedecer ao Eterno e cumprir sua missão. Em Eclesiastes 5:4 há uma advertência do cumprimento dos votos que fazemos ao Eterno, pois Ele não se agrada de tolos. Se em algum momento houver um descumprimento que não seja justificável, então busque ao Eterno em arrependimento e clame a misericórdia Dele, e se Ele lhe conceder perdão, então volte à prática do shabat e desta vez com uma fidelidade ainda maior. Lembrando que podemos descumprir uma regra do shabat para socorrer uma pessoa, e nestes casos a justificativa é apropriada. Seja fiel até o final, mesmo quando guardar o shabat for um sacrifício que exige algumas renúncias. Mas não se esqueça que a decisão é sua, e você deve ponderar antes, a fim de fazê-la com plena certeza, sem precipitação, mas com genuína fé. Às vezes é necessário ter um tempo de preparação, orando para o Eterno abrir portas e esperando o tempo certo para adotar a obediência a este mandamento, especialmente porque isto envolve uma mudança de trabalho. É sumamente importante fazer tudo não por imposição, mas pela direção do espírito do Eterno.


OS PRIMEIROS PASSOS:

1. O shabat começa ao pôr do sol da sexta-feira e prolonga-se até o pôr do sol do sábado (disponibilizamos o horário no nosso site).
2. Durante a sexta-feira deve-se preparar as refeições para o jantar à noite e para as outras refeições no sábado até o pôr do sol, já que não se deve acender fogo no shabat.
3. É importante se preparar antes de começar o shabat, a fim de está livre um pouco antes do pôr do sol da sexta-feira para esperar a sua chegada.
4. Antes do pôr do sol da sexta-feira nas casas judaicas, a esposa com as filhas acendem pelo menos duas velas, recitando a seguinte bênção: “Barúch Atá Adonái, Elohênu Mélech haolám, ashér kidshánu bemitsvotáv vetsivânu, lehadlík nér shél shabát” (Bendito sejas Tu Adonai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificaste com Seus mandamentos e nos ordenaste acender as luzes do Shabat).
* Os acentos nas palavras transliteradas do hebraico é para ajudar na pronúncia.
5. O jantar da sexta à noite é especial, pois o shabat é uma festa. Todos da casa devem se vestir bem e celebrarem juntos a chegada do shabat, cantando algumas músicas e recitando algumas b’rachot (bênçãos) antes do jantar. Antes de dormir é apropriado ler a palavra e buscar uma aproximação com o espírito do Eterno.
6. No sábado de manhã vamos à sinagoga para fazer as orações da manhã e estudarmos a porção semanal da Torah (parashá). Caso não participe de uma congregação que guarde o shabat, então ore com sua família e faça estudos da palavra, lendo a parashá semanal, a haftará e os textos da B’rit Chadashá (Nova Aliança ou Novo Testamento). Após o almoço é um bom tempo para descansar e à tarde pode retomar o estudo e as orações.
7. Em algumas congregações como a nossa, no sábado após o serviço da manhã temos atividade até o pôr do sol, e as pessoas vão para casa após a cerimônia da havdalá que separa o shabat do primeiro dia da semana, segundo o calendário judaico. Mas, como falamos, caso não esteja em uma congregação, tome tempo para estudar a palavra com sua família e individualmente e descanse um pouco também. Se estiver numa congregação, mas não houver atividade à tarde, então volte para casa, almoce, durma um pouco e depois continue os estudos com sua família, ou simplesmente converse acerca de coisas relacionadas ao Reino dos Céus.
8. Ao pôr do sol do sábado, agradeça ao Eterno pelo shabat e ore para que a semana seguinte seja abençoada. Nas congregações se faz uma cerimônia que é conhecida como havdalá.


Relembrando algumas coisas importantes acerca do shabat:
1. Não acender fogo
2. Não trabalhar, no sentido de qualquer trabalho secular
3. Estudar a Torah (parashá da semana), a haftará (porções dos livros dos profetas) e textos da B’rit Chadashá
4. Se preparar antes de começar o Shabat
5. O shabat começa ao pôr do sol da sexta-feira e termina no pôr do sol do sábado
6. Orar pela semana após o pôr do sol do sábado
7. Quem guarda o Shabat agrada muito ao Eterno
8. O Shabat é um memorial da criação do mundo, anunciando que o Eterno criou a terra e o universo e tudo que neles há.
9. Dê os primeiros passos e pouco a pouco você irá aperfeiçoar sua observância do shabat, mas nada ocorrerá se você não der os primeiros passos.
Livros recomendados:

Torá ou Bíblia hebraica (Tanach): Editora Sêfer
Bíblia Judaica Completa: Editora Vida
Quanto às traduções bíblicas, leia o texto abaixo:
“Na Editora Vida você encontrará a Bíblia Judaica Completa de David Stern. A Torah e o Tanach podem ser adquiridos na editora Sêfer. Estas traduções embora sejam as melhores ainda não são perfeitas. O Novo Testamento judaico embora seja a melhor tradução para a língua portuguesa, apresenta alguns problemas por ter sido traduzido do grego, mantendo alguns erros de copistas. O Tanach (Bíblia Hebraica) tem algumas interpretações tendenciosas, como acontece com Isaías 53 que é uma profecia que aponta para o Messias, e tem “Israel” entre parêntese, o que de certa forma induz à interpretação de que a profecia se refere a Israel como nação. A Torah (capa azul) tem ótimos comentários que ajudam a compreensão do texto, mas é preciso sempre saber discernir o que é dito. Estas são as melhores traduções disponíveis hoje. Estou traduzindo o livro de Mateus tendo como referencial os textos semitas (hebraico e aramaico) e uma tradução literal do grego. Com isto, erros de copistas e traduções tendenciosas serão corrigidos, a fim de tentar fornecer uma versão mais perto do original. Quando estiver pronto irei disponibilizá-lo no site”.
“No serviço ao Eterno, não importa se a sua obra é grande ou pequena,
o que realmente importa é que você faça a sua parte”
Que o Eterno te abençoe em nome do Messias Yeshua!
Marcos Andrade Abrão

TÓPICO 2: Leis Acerca do Shabat e Tradições Recomendadas
A obrigatoriedade da guarda do Shabat é para o povo judeu, mas os não-judeus que guardam o Shabat, além de agradar o Eterno, também recebem os benefícios da obediência deste preceito.
A Torah cita diretamente duas atividades que não podem ser executadas durante o Shabat, são elas: trabalhar e acender fogo.

Lembra-te do dia do Shabat para santificá-lo. 6 dias trabalharás e farás tua obra, mas o 7º dia é o Shabat do Eterno, teu D’us, no qual tu, teu filho, tua filha, teu servo, tua serva, teu animal e teu prosélito que estiver em teus portões, não farão nenhuma obra, porque o Eterno fez os céus e a terra, o mar e tudo o que há neles em 6 dias e repousou no 7º dia, e por isso o Eterno abençoou o dia do Shabat e o santificou. Shemot (Êxodo) 20:8-11 

Por isto não se deve executar nenhuma obra servil (nem você, nem seus empregados, nem pessoas que estejam debaixo de seu teto), isto é, qualquer atividade que traga benefício próprio, sem conotação espiritual. Isso implica desde o desenvolvimento mental de projetos até sua execução. Deve se evitar também atividades que levem a distração como a televisão, o jornal, os esportes, pois tiram o foco do Shabat. E com relação ao fogo a ordem é direta:

Não acendereis fogo em todas as vossas habitações no dia do Shabat. Shemot (Êxodo) 35:3

Além destas, abaixo serão listadas algumas atividades que não devem ser praticadas durante o Shabat tendo como referência a Torah e algumas tradições judaicas complementares. Estas tradições servem como cercas para evitarmos cair no erro de descumprir alguma proibição estabelecida na Torah acerca do shabat.
As Atividades que não devem ser realizadas no Shabat
“Transportar”: não se deve transportar mercadorias no Shabat, nem que seja para ser vendida após o término do Shabat. Se for para vender algo após o Shabat aconselha-se trazer a mercadoria antes do início dele. Exceção: uma pessoa que deve levar seu uniforme ou farda para o trabalho que iniciará logo após o término do Shabat.

Assim disse o Eterno: Cuidai de vossas almas e não transporte cargas através dos portões de Jerusalém no dia de Shabat. Que nenhuma carga seja retirada de vossas casas neste dia, e que nenhum trabalho seja por vós realizado; santificai o dia de Shabat como ordenei a vossos pais. Jeremias 17: 21-22

“Arar”: compreende todas as atividades de preparar o solo para receber sementes ou plantas e também as de remover do solo qualquer coisa que possa atrapalhar o crescimento das plantas.
TRABALHOS: escavar a terra arável, fertilizar o solo, remover pedras do solo e nivelar a terra.
“Semear”: essa classe contém todas as atividades que promovem o crescimento das plantas.
TRABALHOS: colocar sementes ou mudas em solo receptivo (até mesmo num vaso de plantas); podar árvores ou arbustos; regar o gramado, plantas ou flores; capinar.
Outros Exemplos: renovar água de um vaso em que estão colocadas flores que foram cortadas de uma planta.
“Colher”: envolve todas as atividades pelas quais arranca-se flores, frutos ou folhas de seu lugar de crescimento.
TRABALHOS: cortar ou colher flores, grama, folhas, galhos, bagos ou frutas, de árvores, arbustos etc. que estão crescendo no solo ou em vaso, com intuito de limpeza ou de produzir algo.
Observação: Algumas atividades não são realizadas com freqüência por pessoas que vivem na cidade como, por exemplo, arar, semear, colher etc., mas devem ser observadas, como disse Yeshua em Mateus 5:19 Portanto, quem desobedecer à menor dessas mitzvot (mandamentos) e ensinar outras pessoas a agirem da mesma forma será chamado o ‘menor’ no Reino do Céu.
“Fazer Feixes”: abrange qualquer atividade pela qual são juntados produtos naturais, formando uma unidade para algum propósito útil.
TRABALHOS: juntar frutas numa pilha em seu lugar de crescimento a fim de armazená-las ou vendê-las.
Outro Exemplo: coletar ovos no galinheiro.
“Debulhar”: são as atividades pelas quais um produto natural (sólido ou líquido) é separado de sua casca.
TRABALHOS: descascar nozes, ervilhas etc. para algum propósito que não seja o consumo imediato; espremer frutas (tais como uvas, laranjas, limões, etc.) para consumo imediato pode, desde que seja em pequena porção.
“Joeirar, Selecionar e Peneirar”: isso abrange todas as atividades pelas quais uma mistura é melhorada, removendo suas partes menos desejáveis.
TRABALHOS: peneirar farinha; retirar espuma do leite (exceto para uso imediato). Exemplo: separar uma grande quantidade de uvas boas de ruins, isso deve ser feito antes do Shabat.
“Moer”: isso inclui toda atividade pela qual um produto, natural ou outra substância, é dividido em pequenas partículas para sua melhor utilização.
TRABALHOS: moer ou triturar cereais; fatiar frutas ou vegetais (exceto para uso individual e imediato); limar metais; moer ou esmagar substâncias num pilão.
Outros Exemplos: ralar vegetais, queijo etc.
“Misturar”: contém as atividades pelas quais pequenas partículas de uma substância são combinadas por meio de um líquido, de modo que formem uma massa ou uma pasta.
TRABALHO: não se deve fazer misturas em grande quantidade para uso coletivo, que constituem trabalho e que demandam tempo. Exemplo: uma massa de pizza. Mas pode adoçar seu café por despender pouco tempo.
“Tosquiar”: compreende todas as atividades que separam do animal ou do ser humano partes que lhes servem como cobertura externa, como pêlo ou unhas.
TRBALHOS: cortar ou remover (pelos meios apropriados) pêlo, cabelo, unhas, lã ou penas.
Outro Exemplo: Aparar a barba.
“Alvejar”: inclui as atividades pelas quais, sujeira, poeira ou mancha são retiradas de vestes e peças de roupa ou em que se dá lustro ou brilho ao tecido.
TRABALHOS: pôr tecidos de molho; esfregar, torcer passar a ferro. Evitar tirar manchas a não ser que exija pouco esforço.
Outros Exemplos: escovar roupas; manusear roupas lavadas ainda úmidas (pois poderíamos ser levados a torcê-las); pendurar roupas lavadas (pois poderia parecer que foram lavadas no Shabat).
“Tingir”: inclui as atividades que muda a cor existente (natural ou artificialmente) de um objeto ou substância.
TRABALHOS: aplicar tintas a um fundo branco em superfícies de paredes etc.; aplicar corantes em roupas.
EXCEÇÃO: Atividades infantis, como pintar e desenhar, que estejam relacionadas ao aprendizado bíblico.
“Fiar”: inclui a formação de filamentos de matéria-prima por meio de torcer, enrolar ou puxar.
TRABALHOS: manufatura de pelúcia e feltro; fabricação de cordas.
“Operações de Tecer”: essas categorias compreendem desde a inserção de um fio no tear até a remoção do artigo pronto, bem como alguma outra operação que seja similar no efeito.
TRABALHOS: fazer crochê manualmente ou com equipamentos; bordar; fazer cestos; preguear.
“Separar em Fios”: isso inclui desfazer um tecido ou outro material separando seus fios.
TRABALHOS: desmanchar qualquer parte de uma roupa tecida cortando um pedaço de algodão ou lã.
“Costurar”: inclui qualquer atividade pela qual dois materiais (similares ou diferentes) ou duas superfícies são unidos de uma forma permanente.
TRABALHOS: costurar roupas ou outros artigos.
EXCEÇÃO: caso haja um risco à vida. Exemplo: um acidente que ocasionou um corte deve-se costurar a ferida em um hospital.
“Caçar/Pescar e Abater”: compreende as atividades que dão fim à vida de qualquer coisa viva.
TRABALHOS: matar por qualquer meio (isso se aplica, da mesma forma, tanto a animais como a pássaros, peixes ou insetos); extrair sangue para qualquer propósito (por exemplo, exame de sangue, exceto em caso de doença grave).
EXCEÇÃO: a não ser que seja um animal nocivo e/ou lhe ofereça risco de vida. Exemplo: uma cobra entra em sua casa é permitido matá-la, ou, matar um mosquito da dengue e etc.
“Escrever”: envolve as atividades de escrever obras seculares e/ou que estejam vinculadas ao trabalho.
EXCEÇÃO: anotar versículos.
“Construir”: construir ou reparar, melhorando ou tornando habitável/usável qualquer estrutura ou parte dela.
TRABALHOS: toda a gama de operações de construção; nivelar ou polir asperezas ou desigualdades na parede o piso; inserir um prego numa parede; pendurar uma porta; fixar a estrutura ou o painel de uma janela; armar uma tenda.
“Demolir”: isso inclui a preparação de espaço para operações de construção, demolindo uma edificação existente ou desfazendo qualquer das operações compreendidas nos procedimentos de “Construir”.
“Acender Fogo”: não pode acender fogo de nenhuma espécie. Êxodo 35:3 Não acendereis fogo em todas as vossa habitações no dia do Shabat.

TRABALHOS: produção de fogo por qualquer meio, incluindo passar a chama de um pavio para outro; abafar o fogo ou aumentar o fluxo do fluido que o alimenta; regular a chama, aumentando-a ou diminuindo-a.

EXCEÇÃO: equipamentos elétricos podem ser usados para uso pessoal e imediato, se houver necessidade.

Estas regras não refletem todas as tradições usadas pelo judaísmo tradicional para a observância do Shabat. Existem outras tradições que são seguidas pelo judaísmo ortodoxo. Porém, a Congregação Judaico Messiânica Adonai Shamah, analisou todas as tradições à luz da Palavra do Eterno, e tomou a decisão por maioria absoluta de adotar estas tradições acima, que estão bem fundamentadas nos preceitos da Torah. É bom lembrar o ensinamento de Yeshua, que prevalece hoje no judaísmo tradicional, de que vida é maior do que o preceito, e assim podemos descumprir algumas regras relativas ao shabat a fim de salvar uma vida.

Que o Eterno o abençoe e coloque no seu coração o desejo genuíno de guardar o shabat. E que o Eterno o livre dos costumes pagãos que permaneceram até os nossos dias, como a falsa guarda do domingo. E que estejamos preparados para nos apresentar diante do Eterno como servos que não temos do que se envergonhar, mas que fizemos as coisas segundo a orientação da Palavra do Eterno. Sirvamos a D’us e não as doutrinas humanas, formuladas por aqueles cujo coração não estava totalmente inclinado a obediência ao Eterno. Que imitadores do Messias Yeshua, pois é ele que nos dá o exemplo perfeito de como devemos nos relacionar e agir diante do Eterno.

Shabat Shalom para todos.