12 de set. de 2011

Pessach: Pascoa judaica


SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011


PÁSCOA: PESSACH Levitico 23:5 No mês primeiro (Nissan), aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é a Páscoa do Senhor. O que era preciso para a comemoração da Páscoa? 1 Cordeiro = Exodo 12:3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família. O sangue e a carne do cordeiro = Exodo 12:6 ...e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. 7 Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem. João 1:29 No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 1ª João 1:7 Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. João 6:53 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. 54 Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Mateus 26:26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. 27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; 28 porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. Após imolar o cordeiro no dia 14 de Nissan, deveria-se pegar o sangue do mesmo e passar em ambas as ombreiras e na verga da porta, permanecendo dentro da casa até o amanhecer. Pela manhã iriam sair, já como livres da escravidão em que estavam, no Egito. Os israelitas estavam seguros soménte atrás da porta na qual foi passado o sangue do cordeiro e, atualmente, soménte estarão seguros os que estiverem participando da continuidade da Páscoa representada pela nova aliança através de Yeshua. A comemoração da Páscoa representa a morte de Yeshua. Data comemorativa = 14 de Nissan “No primeiro mês (nissan), aos 14 dias do mês, às vésperas, é Pessach para o Senhor. E aos 15 dias deste mês é a festa dos pães ázimos para o Senhor; por sete dias comereis pães ázimos.”(Lv. 23, 14-15). Assim se lê na Torá (Pentateuco). O nome Pessah deriva do hebraico passach que significa saltar, passar por cima, e assim se chama esta noite, por ter o Anjo que matou os primogênitos dos egípcios, passado sem se deter pelas casas dos hebreus, que, deste modo, foram poupados. Com efeito, o Senhor pediu aos hebreus uma prova de confiança Nele. Ordenou-lhes que, no 10º dia do mês de nissan, tomassem um carneiro ou cabrito, sacrificassem-no na tarde do 14º dia e aspergissem seu sangue na porta e que comessem a carne à noite. Assim fizeram os israelitas e o Anjo, vendo a porta manchada com o sangue, passou sem se deter. Significado de Pessach Pessah comemora a libertação dos judeus do cativeiro no Egito e isto lhe imprimiu um caráter especial: é a celebração da liberdade, a história da mobilização do povo para a conquista da liberdade. Para o povo judeu, recordar o fato de “escapar do Egito”, significa ultrapassar os limites naturais que impedem a realização de seu pleno potencial. O “Egito” de uma pessoa pode ser visível em seu egoísmo, desejos primitivos, vícios. Pessah é uma oportunidade de transcender as limitações e realizar o infinito potencial espiritual em cada aspecto da vida. A comemoração de Pessach não foi sempre a mesma. Mudou com o passar dos tempos. Mas o essencial na epopéia judaica é a luta incessante pela liberdade. Tudo pode mudar, transformar-se. Mas o cerne e o eixo de tudo é a liberdade. O objetivo principal do Seder é incutir no judeu desde menino, o amor à liberdade em seu sentido pleno. No princípio, segundo historiadores, as comemorações de Pessah eram uma festa da primavera. Era uma festa agrícola que ampliou seu sentido. “Observa o mês da primavera e guarde o Pessach do Senhor teu Deus pois no mês da primavera o Senhor teu Deus te tirou do Egito à noite”(Dt 16:1). Desde o século I, após a expulsão dos judeus da sua terra, a comemoração de Pessah passou a ser decisiva, para que o povo não desaparecesse, cultivando a tradição de Pessach como luta pela liberdade (o que justifica, por toda a sua carga simbólica, ter sido mantida pelos Marranos através dos séculos, por exemplo). Quando Rabi Gamaliel instituiu o Seder, ele estava preocupado em manter viva a esperança do povo. Com o tempo foram acrescentadas lendas do povo à grande festa. O Seder é uma representação de um relato histórico, ao vivo, no seio de cada família, com um narrador, em geral o pai da família, o que se repete todos os anos em cada lar judeu. E na vida moderna urbana, quando os horários e ocupações não combinam, o Seder representa um novo papel. Pelo menos durante 1 semana de reunião, a família repensa grandes temas pelos quais vale a pena lutar, como liberdade e esperança. As principais mitzvot (preceitos) Na noite de Pessach, as casas judias devem estar limpas e arrumadas, louças e talheres que foram usados durante o ano são postos de lado e tira-se dos armários o serviço destinado a esta festa. Se a casa não tem dois serviços, todas as panelas que são de uso ordinário são escaldadas, “casherizadas”. Na ante-véspera, ao por do sol, a dona de casa limpa todo vestígio de pão, massa ou qualquer fermento, e à noite, segue-se o pai na procura do hametz. (Hametz é a designação genérica para toda comida e bebida feita de trigo, cevada, etc, proibidos de se comer em Pessach, pois são levedados). Daí em diante, por 8 dias, ou melhor, por 9, contando a véspera, não entrarão nas casas judias massas fermentadas. Na véspera de Pessah os primogênitos costumam jejuar em lembrança de terem sido poupados pelo Anjo. Principais mitzvot: comer matzá; narrar a história do Êxodo ao recitar a Hagadá; explicar os significados dos itens do Seder; beber quatro cálices de vinho tinto doce; recitar o Halel. O Seder Nas 2 1ªs noites de Pessah as famílias se reúnem para recitar a Hagadá, ao redor da mesa do Seder. A Hagadá não é somente o conto do êxodo dos judeus do Egito, mas também a encenação simbólica dos feitos históricos e os ensinamentos que deles se depreendem. A palavra Seder quer dizer ordem. Toda ceia de Pessach é ordenada segundo um rito especial. O significado dos ingredientes da KEARÁ 1. BEITSÁ Ovo cozido. Representa o sacrifîcio de Chaguigá trazido ao Templo Sagrado em Pessach). 2. ZERÔA O pescoço de frango grelhado simboliza o cordeiro pascal trazido ao Templo Sagrado na véspera de Pêssach. A carne do pescoço é removida e o osso queimado. O zerôa não é comido no decorrer do sêder. Zerôa (literalmente, antebraço) remete ao fato de D'us haver tirado o povo do Egito com "Seu braço estendido". 3. MAROR ERVAS AMARGAS Simbolizam a amarga escravidão do povo judeu no Egito. Para o maror pode-se usar raíz-forte crua descascada e ralada; folhas de endívia; talos ou folhas de alface romana lavados e verificados; ou a combinação de todos. 4. CARPÁS A cebola crua (ou a batata cozida) é mergulhada na água salgada para despertar a curiosidade das crianças. Os vegetais simbolizam o potencial de crescimento e renascimento e a água salgada, nas quais são mergulhados, recorda as lágrimas derramadas pelos nossos antepassados no Egito. A palavra hebraica "carpás", quando lida de trás para frente, simboliza os 600 mil judeus no Egito forçados a realizar trabalhos pesados (cada letra do alfabeto hebraico possui um valor numérico correspondente; a letra hebraica "sámech" é igual a 60, multiplicado por 10 mil; as outras três letras correspondem a pêrech - trabalho pesado). 5. CHAROSSET Maçãs, pêras e nozes liquidificadas ou raladas, misturadas com uma pequena quantidade de vinho tinto, lembram, na cor e consistência, a argamassa usada no Egito para fabricar tijolos. 6. CHAZERET Mais ervas amargas (das enumeradas para o maror) para serem ingeridas no "sanduíche". O serviço do Seder inicia com a recitação do kidush sobre o 1o. dos 4 copos de vinho bebidos durante o Seder. Os 4 copos, lembram as 4 expressões de liberdade e redenção mencionadas na Torá, relativas à libertação do povo judeu do Egito (Êx 6:6,7). Os 4 copos também lembram os 4 méritos que os judeus tinham no exílio egípcio: não trocavam os nomes hebraicos; falavam a língua hebraica; levavam uma vida altamente moral e permaneceram leais uns aos outros. Continuando o Seder, o condutor após recitar o Kidush, lava as mãos, prova um pedaço de karpás, molhado em água salgada. A seguir, parte a matzá do meio em 2 e esconde uma parte sob o guardanapo (o afikoman). Este ato atrai mais uma vez as crianças que, no final do Seder, deverão procurá-lo e também relembra a divisão do Mar Vermelho. A criança que encontrar receberá um presente. A 2ª taça de vinho é enchida e a menor das crianças (que geralmente acaba acompanhada pelos demais) faz as 4 perguntas que começam com:Má nishtaná halaylá hazé mikol haleilot?(por que esta noite é diferente de todas as outras?). 1. Por que mergulhamos karpás em água salgada? 2. Por que comemos matzá? 3. Por que comemos ervas amargas? 4. Por que sentamos reclinados nesta noite? A resposta inclui uma breve revisão da história, a descrição do sofrimento imposto sobre os judeus, a relação das pragas sobre os egípcios e a enumeração dos milagres realizados pelo Todo Poderoso para a redenção e formação do povo judeu. Ao recitar as 10 pragas, gotas de vinho são derramadas demonstrando que a alegria, representada pelo vinho, não está completa quando relata o sofrimento dos seres humanos, embora inimigos. Torna-se a encher os copos em seguida. Logo após a ceia que termina com o afikomán, lê-se a bênção após a refeição (birkat haMazon); termina-se a leitura da Hagadá com o Halel (Louvores). Durante o seder e após, costuma-se cantar canções judaicas tradicionais. Bebe-se o 4º copo de vinho

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